
A União das Mutualidades Portuguesas (UMP) apresenta março, em Macedo de Cavaleiros, um projeto de promoção de saúde mental, através da arteterapia, com três anos de duração, que se propõe impactar cerca de 600 crianças e jovens de Trás-os-Montes.
Este projeto, intitulado "(Des)Construir, (Re)Pensar, (Re)Educar)" - é lançado poucos dias depois de se tornar público que Portugal tem o pior resultado em saúde mental entre os países da OCDE, conclusão que resulta do maior inquérito internacional (PaRIS - Patient Reported Indicators Surveys) sobre o uso dos serviços de saúde que, em Portugal envolveu mais de 12 mil pessoas e 91 centros de saúde.
"A saúde mental é um dos grandes desafios do nosso tempo, e estes dados são um alerta que não podemos ignorar. Portugal apresenta o pior resultado entre os países analisados, o que reforça a urgência de intervir, especialmente junto das gerações mais jovens, que sofreram muito os impactos do isolamento durante a pandemia e da incerteza nos últimos anos", sublinha o Presidente da UMP. Luís Alberto Silva considera que "ao oferecer ferramentas criativas e inovadoras e espaços seguros para a expressão e desenvolvimento emocional, a UMP está a contribuir para um futuro mais equilibrado e saudável para estas crianças e jovens". A ideia deste projeto – acrescenta – nasceu também da convicção de que "é tempo de quebrar tabus, trazer a saúde mental para o centro da discussão e agir de forma concreta para transformar vidas e que as mutualidades portuguesas podem e devem dar o seu contributo".
Dirigido a alunos do 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário (entre os 10 e os 19 anos) das escolas de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela, o projeto tem como objetivo alcançar cerca de 600 jovens, com prioridade para aqueles em situação de vulnerabilidade social. O foco incide em alunos beneficiários de ação social escolar, inseridos em medidas de inclusão ou sinalizados pela Comissão de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens e pelos agrupamentos escolares.
As atividades incluem sessões de acolhimento, capacitação para professores e encarregados de educação, e laboratórios colaborativos, onde psicólogos, educadores sociais e professores de artes irão trabalhar com os jovens em projetos artísticos multidisciplinares. Estes laboratórios permitirão não só promover o bem-estar emocional, mas também reduzir o estigma em torno da saúde mental, aumentar o sucesso escolar, prevenir depressão e ansiedade, e fortalecer a resiliência dos participantes.
A arteterapia tem sido amplamente reconhecida como uma metodologia eficaz para a promoção da saúde mental, permitindo que os jovens expressem as suas emoções e desenvolvam competências essenciais para a vida. Através da criação artística, os participantes terão oportunidade de explorar as suas emoções e potenciar a sua autoestima e confiança.
O projeto "(Des)Construir, (Re)Pensar, (Re)Educar" é cofinanciado pela União Europeia, através do Programa NORTE 2030, no âmbito das Parcerias para a Inovação Social, da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social (EMPIS), e pela Fundação Calouste Gulbenkian, que assume o papel de investidor social. Conta ainda com o suporte logístico e facilitador do Município de Macedo de Cavaleiros e outras parcerias, como as Câmaras Municipais de Bragança e Mirandela, Agrupamentos de Escolas, institutos superiores e estabelecimentos de saúde, assegurando uma base sólida para a sua implementação.